O TEMPO

Eu me arriscaria a dizer que tudo numa produção audiovisual depende do tempo. E não estou falando do clima… apesar desse também ser extremamente importante para algumas coisas.

Trabalhamos sempre em torno do tempo. Qual é o tempo final? Um minuto, 30 segundos? Três, 5, 6 minutos. E quanto vamos captar/gravar??
Podemos levar um dia para gravar 2 minutos de material, mas também podemos gravar 3 horas num único turno. E depois o velho cálculo de quantos minutos temos para gerar cada minuto final. Dez pra 1? Vinte pra 1? Tudo depende do tempo.

E quanto tempo temos para fazer tudo? Um mês? Uma semana? Dois dias?

Uma semana pode ser uma eternidade para um trabalho ou ser insuficiente. Dois dias pode parecer pouco, mas as vezes é ótimo. Existem trabalhos para ontem e trabalhos para nunca. Enfim, tudo depende do tempo.

Precisamos nos adaptar ao tempo. Não temos esse controle. Podemos controlar quase tudo. Num set somos os deuses, as vezes. Dizemos quando uma pessoa entra, quando outra sai. O momento de um falar, o momento de outro sorrir. Até no sol damos um jeito. Mas o tempo final, a data de entrega, o prazo, esse dificilmente temos controle. Ele sempre é comandado por um fator externo. Seja uma apresentação que precisa ser feita naquele dia, a veiculação em um canal em hora e dia específico. Seja um festival de cinema. Sempre existe um prazo. E até esse prazo precisamos fazer de tudo o possível para que fique sempre o melhor.

Ao final de tudo, precisamos transformar aquele tempo num momento único, que leve a crer que não durou quase nada e ainda assim com gosto de quero mais.

Pedro Marques